30 de mar. de 2010
29 de mar. de 2010
Cidade Fantasma
Postado por Emerson Wiskow às 17:18 4 comentários
28 de mar. de 2010
Visita Sombria
Buenas, enquanto não tenho nada de novo para publicar aqui, já que não estou escrevendo, publico um conto antigo. Afinal nem todos que aparecem por aqui deve ter lido anteriormente.
- Daqui a pouco elas virão sacolejando suas línguas de serpentes. São como répteis com suas línguas loucas e nojentas.
- Sim!... Elas tentam nos seduzir. Se retorcem como se não tivessem ossos. Insinuam-se cheias de luxúria.
- Acho bom você preparar seu rifle!
- Ééé... Vou deixar minha arma pronta. Preparada para quando chegarem.
O velho Marcelino engatilhou sua arma fazendo um som seco no meio da noite. No bairro ninguém colocava a cara para fora de casa depois que a noite chegava. As ruas ficavam vazias e silenciosas como se uma peste tivesse se abatido sobre a cidade. Tudo começou quando elas apareceram. Sempre no meio da noite.
- Hé, hé, hé... Dessa vez vamos pegá-las. Estamos prontos pra elas! - disse o velho Marcelino alisando o longo cano do seu rifle.
- Vamos com calma! Você sabe, elas são muito perigosas. São matreiras como o demônio e podem nos enganar se não tomarmos cuidado - retrucou o velho Luiz com uma expressão desconfiada e tensa. Seu rosto parecia se retorcer na penumbra.
- Dessa vez não vou deixar escaparem! - exclamou Marcelino exaltado enquanto espremia um cigarro entre os lábios murchos.
- Eu sabia que um dia elas voltariam!
- Nunca pensei que essas coisas realmente existissem! - retrucou o velho Marcelino.
- Você não leu os velhos livros? São coisas muito antigas, sempre existiram e agora resolveram aparecer por aqui. Surgem lentamente, lindas, com suas línguas dançantes e seus corpos que parecem não terem ossos. Sabem muito bem do poder que possuem. Nos hipnotizam enquanto movimentam seus corpos daquela forma.
- É, mas dessa vez vamos fodê-las! Estou preparado para elas.
- Ei! Você ouviu isso?
- Fique quieto!
- Ei... Ouça esses sons. Parecem línguas sibilantes.
Os dois velhos amigos prepararam suas armas. Seus corações bateram fortemente e um arrepio percorreu seus velhos corpos como se uma descarga elétrica os tivessem atingidos. Os dois apertaram-se junto à janela para espiar o que acontecia lá fora.
- Você está conseguindo ver algo?
- Ssshhiiii... Espere, está muito escuro!
- Estou todo arrepiado! Algo está acontecendo lá fora! - disse o velho Marcelino.
- São elas... Posso sentir! São aquelas cadelas do inferno. Serpentes. Prostitutas do demônio.
Entre a cerca de madeira surgiram três vultos sinuosos. Eram elas. Um sopro gelado invadiu a noite anunciando suas presenças. Misturadas a bruma três lindas mulheres cobertas por véus transparentes e esvoaçantes aproximavam-se lentamente da casa, pareciam flutuar. O coração de Marcelino parecia que saltaria pela boca.
- Atire nelas! - gritou Marcelino apavorado. Luiz observava paralisado enquanto segurava o rifle - Vou estourar os miolos delas! - exclamou Marcelino exaltado. Luiz não conseguia disparar, ficou apenas olhando estático, seduzido e abestalhado. As mulheres continuavam se aproximando, retorcendo-se como se não tivessem ossos. Hipnóticas, libidinosas e lindas. Muito lindas. Sempre colocando suas línguas para fora como serpentes e emitindo um som surdo. Suas peles brancas saltavam no meio da noite. Elas ofereciam seus grandes peitos aveludados segurando-os entre as mãos enquanto apertava-os, juntando-os um de encontro ao outro. Marcelino estava apavorado. Essas coisas ainda andam por aí. Suas línguas dançavam freneticamente. Abriam as pernas em compasso, alisavam o sexo, exibiam seus corpos perfeitos. Prometiam com gestos e expressões, luxúria e prazeres. Gozos infinitos.
- ATIRE, LUIZ! - implorou Marcelino.
- NÃO! - respondeu Luiz.
- ATIRE!
- Não...
Elas aproximavam-se, eles podiam sentir seus perfumes suaves, suas carnes frescas e a promessa de um grande prazer carnal.
- Só um pouco! Vamos aproveitar um pouco! - pediu Luiz - Elas são lindas, nunca teremos mulheres como elas.
- Seu filho da puta, idiota! Não vê que elas são umas sanguessugas dos infernos!
As mulheres já estavam perto o suficiente para os dois sentirem seus o hálitos frescos. Elas os chamavam e ofereciam seus corpos sinuosos. Os cabelos negros e longos brilhavam entre a bruma. De súbito um grande estampido seguido por gritos estridentes rompeu aquela espécie de transe em que estavam envolvidos.
- ACERTEI UMA DELAS! ACEITEI UMA DELAS! - berrou Marcelino segurando o rifle.
Perto da porta uma das mulheres caiu estirada ao chão com as pernas dobradas como se fosse uma marionete, de dentro da cabeça esfacelada vermes saiam por todos os lados. As outras duas mulheres olhavam para a cena soltando sons estranhos enquanto moviam as línguas freneticamente. Então elas viraram-se e sumiram no meio da noite. Marcelino gargalhava e Luiz continuava estático, observando a mulher estirada lá fora.
- Você a matou...! Você a matou! - Nunca teríamos uma mulher como ela! - disse luiz soluçando enquanto a noite os engolia.
Postado por Emerson Wiskow às 11:45 1 comentários
ALICE...
"Mas eu não quero me encontrar com gente louca”, observou Alice. “Você não pode evitar isso”, replicou o gato.
“Todos nós aqui somos loucos. Eu sou louco. Você é louca”.
“Como sabe que eu sou louca?”, Indagou Alice.
“Deve ser”, disse o gato, “ou não teria vindo aqui”
Postado por Emerson Wiskow às 11:33 0 comentários
24 de mar. de 2010
.
Postado por Emerson Wiskow às 16:51 2 comentários
23 de mar. de 2010
22 de mar. de 2010
21 de mar. de 2010
...Sanduíches e saladas
Gracias, amigos!
Postado por Emerson Wiskow às 12:49 2 comentários
19 de mar. de 2010
Cidade Fantasma
Postado por Emerson Wiskow às 19:09 0 comentários
17 de mar. de 2010
Cidade Fantasma
Postado por Emerson Wiskow às 18:35 2 comentários
Charlene Flanders...
Serviço:
Título: "Charlene Flanders, que voava em seu guarda-chuva roxo, mudou minha vida"
Contos.
Capa: Emerson Wiskow.
Prefácio: Lucas Frederico.
Número de páginas: 185.
Quer ler? Então peça para mim no email: pradowil@gmail.com, é grátis.
Postado por Emerson Wiskow às 11:24 0 comentários
16 de mar. de 2010
Assassinos S.A.
Postado por Emerson Wiskow às 07:12 0 comentários
14 de mar. de 2010
13 de mar. de 2010
Herói Fracassado
Postado por Emerson Wiskow às 16:39 0 comentários
12 de mar. de 2010
Mundo Cão
Sinto que vivemos numa barbárie. Somo invadidos por ela, violentados por um mundo cada vez mais tomado por imbecis. Gente que mata como se tivesse tomando um sorvete. Gente impune e protegida por direitos disso e daquilo. Gente que se você tiver o azar de esbarrar corre o risco de ter uma arma descarregada em você. Gente que soca você, chuta sua cara, mata e anda livre entre nós, entre nossos filhos. A verdadeira invasão barbára. E.W.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u705918.shtml
Postado por Emerson Wiskow às 09:36 2 comentários
10 de mar. de 2010
9 de mar. de 2010
Lynch e eu
Transcrevo a comparação, ou resenha, análise - como chamar?- escrita por Iara Fernandes.
Filme de Lynch: Cidade dos Sonhos (Mulholland Driver)
A primeira ligação foi ao ler esta parte: ...Não perde tempo, ainda tem o CD ali, perto, sobre uma caixa de
papelão. Sabe que ouvirá pela última vez ali. Coloca-o no aparelho, acende um cigarro e senta na beira da cama, já pelada. Traga, suspira, deixa a fumaça sair
dançando de sua boca. Lábios vermelhos marcam a ponta do cigarro e também a camisa branca de um homem. Ângela lembra de Raul e sua camisa branca.
Detesta e ama ser melodramática. Relembra tudo mais uma vez. Relembra, imagina Raul com outra. O sorriso dele despindo outra mulher, suas mãos
tocando seu sexo, seus pelos. A boca de Raul percorrendo o corpo da outra. O punhal entra, ela deixa e sente-se como tivesse sufocando, como se tivesse
afogando-se e seu pulmão fosse explodir. Ângela gostaria de meter um punhal no peito de Raul, no peito da outra mulher, no peito dos dois. Que o lençol fosse
manchado de sangue como o batom vermelho na ponta do cigarro, na camisa de Raul. Que o vermelho não fosse marcas de batom e sim o sangue dos dois...
No filme, o Clube Silêncio, com sua cortina de denso veludo vermelho, a cantora e seu vestido vermelho, batom vermelho, o terno de um dos apresentadores, vermelho, a melancolia de Ângela, a melancolia da personagem que canta, a letra e o tom, dramáticos como o desejo de Ângela. Tudo derramado em sentimento, tudo drástico demais, fatal demais...
Como no filme, os personagens de La Revancha parecem soltos em um túnel e, sem nada antes e nada depois, só garantem suas existências, se girarem dentro desse túnel, pois é dele que extraem os elementos que lhe dão essência: irreal x real – sonhos x pesadelos – lógica x imaginação - sucesso x frustração – passado x presente – confusões x perversões
O filme tem duas belas mulheres se amando, se buscando em meio a sonhos e frustrações, La Revancha tem dois autores se buscando em meio a criações e frustrações.
No filme há ruas escuras, desertas, caminhos inóspitos e o deserto de cada um. Em La Revancha há cidade fantasma, parque sem diversão e o deserto de cada um.
No filme, os personagens solitários fracassados são quase que uma miragem de si próprios. Não se sabe, em determinados momentos, se é o primeiro sonho, se é o segundo, ou se tudo é um pesadelo desconexo, ou uma fantasia hollywoodiana romântica. Em La Revancha, os personagens também solitários fracassados são quase que uma miragem de si próprios. Nada é sonho, nem é pesadelo. É o real travestido de literatura e seu personagem afirma: “A literatura é uma mulher na qual ñ se pode confiar”. Penso que Lynch diria que a arte é uma loucura na qual se deve apostar. Os sonhos e suas transgressões são necessários.
A roda gigante poderia ser um sinal... a misteriosa caixinha azul do filme poderia ser um sinal...
O filme quebra qualquer lógica e não há porque querer entender a narrativa na linearidade. La Revancha apresenta quase todos os capítulos em 1ª pessoa, exceto o último e nele um Carlos, também massacrado por Juliana, entra e nos tira do texto reto. Vem a dúvida, a incerteza, a confusão. Quem é ele? O narrador revelado em nome ou outro a sofrer pela devastadora Juliana?
Parece que a cidade fantasma aconchega o narrador, Marcos, Ângela, o garoto e Carlos. De longe surge Maiko e toda atmosfera de Tókio e suas inocentes perversões.
Parece que Betty levaria uma vida de aconchego em Los Angeles, mas Rita surge, do nada, e revira o real com bizarrices e sensualidade.
Se La Revancha virar um filme, acho que os primeiros acordes da guitarra de Zappa, em Chunga’s Revenge cairiam bem numa cena, simultânea, de Carlos olhando pela janela e vendo o mundo se descolando a sua frente, Juliana dominando visão e sentimento, desconcentrando-lhe da luta vã contra as lembranças e de Ângela e suas lembranças arrasadoras.
Já disseram da obra de Lynch que o resultado é esquizofrênico, enigmático, surpreendente. Vejo o mesmo em La Revancha del Tango.
Algumas imagens sensacionais que me dão a certeza de que sua escrita não é como a de qualquer um:
...ela me ignora e pisa em mim com pesados coturnos militares...
... a noite parece o interior de um saco gigante onde milhares de vagalumes dançam freneticamente...
... Juliana é como se fosse toda a divisão Panzer alemã invadindo fronteiras, amassando, passando por cima dele. Não havia como resistir, apenas entregar-se...
...A Cidade Fantasma será uma lembrança nublada, um cuspe perdido no meio da calçada...
Postado por Emerson Wiskow às 12:10 5 comentários
8 de mar. de 2010
.8 de Outubro
Postado por Emerson Wiskow às 12:19 0 comentários
Charlene Flanders
Postado por Emerson Wiskow às 06:37 2 comentários
La Revancha Del Tango
Trecho da novela La Revancha Del Tango: Baixe a novela aqui: http://www.mojobooks.com.br/mojo_inteira.php?idm=276
"...Não perde tempo, ainda tem o CD ali perto, sobre uma caixa de papelão. Sabe que ouvirá pela última vez ali. Coloca-o no aparelho, acende um cigarro e senta na beira da cama, já pelada. Traga, suspira, deixa a fumaça sair dançando de sua boca. Lábios vermelhos marcam a ponta do cigarro e também a camisa branca de um homem. Ângela lembra de Raul e sua camisa branca. Detesta e ama ser melodramática. Relembra tudo mais uma vez. Relembra, imagina Raul com outra. O sorriso dele despindo outra mulher, suas mãos tocando seu sexo, seus pelos. A boca de Raul percorrendo o corpo da outra. O punhal entra, ela deixa e sente-se como tivesse sufocando, como se tivesse afogando-se e seu pulmão fosse explodir. Ângela gostaria de meter um punhal no peito de Raul, no peito da outra mulher, no peito dos dois. Que o lençol fosse manchado de sangue como o batom vermelho na ponta do cigarro, na camisa de Raul. Que o vermelho não fosse marcas de batom e sim o sangue dos dois..."
Postado por Emerson Wiskow às 05:38 0 comentários
5 de mar. de 2010
A mulher do Calendário
Postado por Emerson Wiskow às 08:41 0 comentários
3 de mar. de 2010
Raiz
Postado por Emerson Wiskow às 05:24 0 comentários