22 de dez. de 2008

A Cauda

A primeira coisa que notei foi aquela cauda que saía de baixo da minha cama. Primeiro eu não sabia que era uma cauda, e para falar a verdade ela não saia. Apenas estava lá, parada. Achei estranho. Eu havia chegado da escola há pouco, mamãe preparava alguma coisa na cozinha. Abri a porta do quarto e logo que entrei vi aquilo. Larguei a mochila num canto do quarto e fiquei na dúvida se me aproximava ou não. Senti meu coração bater mais forte que o de costume. Algo parecido com o que eu sentia quando a professora falava meu nome e pedia para eu ir ao quadro resolver alguma operação matemática. Eu levantava da minha cadeira com o coração batendo como um tambor enquanto eu andava entre as classes em direção ao problema, ao quadro. Foi mais ou menos assim que me senti quando vi aquela coisa que eu tinha certeza, não era nada que eu já havia visto ali no meu quarto ou em qualquer outro lugar da casa. Então resolvi me aproximar mais um pouco, e meu coração bateu ainda mais forte. Não arrisquei chegar muito perto, mas ali onde parei pude observar melhor. Era como se uma pessoa tivesse se escondido atrás de uma cortina e sem perceber deixara os pés aparecendo. Não, não. Era como se uma pessoa tivesse se escondido embaixo da cama e tivesse esquecido os pés de fora. Mas certamente não era uma pessoa e com certeza aquilo também não era um pé. Sua cor era verde escuro e tinha umas pequenas coisas sobre ela. Mamãe continuava na cozinha. Cheguei a olhar para a porta na esperança que ela entrasse por ali, coisa que não aconteceu como também por mais que eu torcesse nunca tocava o sinal de fim da aula enquanto eu me dirigia ao quadro na escola. Resolvi que ali onde eu estava era uma distância que me dava alguma segurança. Uma distância que caso fosse necessário eu conseguiria sair correndo porta a fora em direção à minha mãe. Fiquei observando, tentando descobrir afinal de contas o que era aquilo. Depois de algum tempo olhando e imaginando mil coisas, finalmente descobri o que era aquilo. Por mais estranho que pudesse parecer, só podia ser uma cauda. Era uma cauda verde escura e estava no meu quarto, com o resto dela embaixo da minha cama.

1 comentários:

Anônimo disse...

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