30 de jan. de 2010

McMinnville UFO

 
McMinnville, Oregon. 7:30 pm. May 11, 1950.
"Evelyn Trent estava caminhando de volta à sua casa de campo após a alimentação de coelhos em sua fazenda quando ela viu um objeto voador não identificado no céu. Ela chamou o marido, Paulo, que tirou a foto acima. Na solicitação de um amigo, que depois enviou a foto para o jornal local The Telephone-Register, o que o colocou na primeira página em 9 de junho.
Ela nunca foi satisfatoriamente explicado, e alguns acreditam que ele é o melhor (senão única) fotografia UFO autêntico. O caso levou a um "UFO Festival" a ser realizada em McMinnville cada ano, que é o maior encontro tal além de Roswell, Novo México."

Porto Alegre, RS.
Marcos espia pela janela. Espreitando suas dúvidas sob a neblica que engole Porto Alegre ao amanhecer.

28 de jan. de 2010

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The Batman

Alvo

. MIG 21

O MIG. Cara, tinha quele louco com fotos dos Migs 21. Ele era louco por aquilo. Aqueles velhos aviões russo. Aquelas máquinas. Ele sempre imagináva algum piloto russo rasgando o céu cinza. Um piloto de caça louco. Os russos são loucos. Só podem ser, aquele frio todo, aquela brancura no horizonte, a língua. Dostoiévski só poderia ser russo. Só poderia ser o que foi. Um escritor. Só poderia ter sido um escritor, se não fosse seria um piloto de caça russo. Pilotando uma aqueles Mig 21.

A arma

Burroughs.
Uma arma. Eu guardo ela. Só precisei usá-la uma vez.Na verdade duas. Gosto de tê-la. De tê-la guardada aqui em casa. Caso precise, você sabe como é, você nunca sabe quando poderá usá-la. Quando terá que usá-la. Esses caras, eles estão por aí, você nunca sabe quando um desgraçado desse vai querer aparecer, invadir sua casa e fazer algo. Eu fico preparado, esperando. Sento aqui na varanda, a noite estrelada, clara. Fumo meus cigarros. Preparo um café. A primeira vez que usei a arma foi num largarto. Um largarto que parecia um crocodilo de tão grande, nojento. Era rápido. Muito. Consegui enbrenhá-lo num canto. sem saída. O primeiro disparo pegou de raspão, entre a pata e a barriga. Ele movimento-se rápido, lançou a cauda para o lado. Depois aceitei, entre o pescoço e a cabeça. Bom, foi a prieira vez que usei a arma.

26 de jan. de 2010

.Cidade Fantasma


The Batman

...Pergunte



O tédio, o tédio é a causa de tudo. Então descobri esse lance. Você faz a pergunta e eu respondo. Depende da minha vontade, da pergunta... então, quando eu não estiver de saco cheio, e com um tempinho, ou querendo matar o tempo, eu respondo. O lance é você perguntar tudo, o que você quiser perguntar, saber...Vale literatura, vale sexo, vale as grandes questões que abalam a humanidade. Tudo que você quiser perguntar para o senhor Wiskow. Foda é eu ter saco e tempo pra responder. Bom, se entendi direito, a brincadeira é essa. Taí o link da minha página, aqui e ao lado do blog.

25 de jan. de 2010

Entre terras




Andava estranha. Lúcia. dois meses sem nos vermos. Era o tempo contra o tempo. Até que surgiu, trazia um livro na mão e um vestido laranja no corpo. Bateu no meio da noite. Assolada por fantasmas. Era eu um. Disse ela, acusando-me. Dois meses sumida. Bebi litros de água durante as noites. Jogou-me o livro que tinha na mão. Joguei o corpo para o lado, ela fechou a porta, antes, antes acendi um cigarro. Notei o quadril. Largo. Ancas, as ancas. Estava suculenta como deve ser, como deveria ser ser. Mais, mais que antes. Seios fartos. Fingi não notar, não querer, não desejar.
Budapeste, disse ela.
Ah?!
Budapeste..., o livro. Acabei de ler, também assisti o filme.
O Chico, pensei. Desgraçado. Fodido. As mulheres, pensei. Desgraçadas, fodidas.
Chico Buarque?!!... eu disse, desdenhando. Inveja.
Lembrei de você, ela disse. Carne.
Carne
Carne
CARNE
CaRnE
As partes do corpo dela. Curvas, morros, montanhas, vales, voluptuosa.
Quero que escreva em meu corpo...
Sim, ela pensava que eu escrevia. Enganava-se com a minha mediocridade. Encontrara alguns escritos meus e pensava que eu era, que sou, que poderia ser, um escritor. Parou em minha frente, desnudou-se, jogou o vestido no chão. Carne. Seios volumosos, ancas, quadril. Assim que tem que ser, pensei.
Escreve. Ordenou.
Pega a caneta.
Escreve.
Escrever o quê? – pensei. Queria tocá-la.
Escreve, no meu corpo. Quero palavras. As que tu gosta de dizer. Escreve aqui, disse ela, mostrando as coxas, a barriga, o ventre, virou-se, a bunda. Abria.
Sou tua. Meu corpo, é teu.
Escreve.
Não – eu disse com a caneta na mão. E puxei-a em minha direção. O ventre ali. Risquei seu corpo, dei nomes a lugares, criei longas estradas. Transformei seu corpo num estado, num país, num mundo. Rotas que podiam ser percorridas, de um canto ao outro. Eu riscava seu corpo. Ela deliciava-se. Seu corpo transformou-se num mapa.  Uma rota vinha dos seus seios fartos e atravessavam seu tronco, barriga, ventre e desaparecia entre suas coxas. Outra, outra percorria sua bunda, atravessava uma imensidão que levavam de uma ponta a outra dos quadris. A bunda. Depois ela deitada. E ali eu tinha que criar novas rotas, caminhos. Budapeste. Budapeste. Buda. Peste. O nome do meu país era Lúcia.

22 de jan. de 2010

Conheci Dogfood em uma lanchonete. Tão gordo e imenso que eu sentia um pouco de náusea ao vê-lo.

21 de jan. de 2010

Cidade Fantasma


Mariana suga cigarros, imagina fantasmas, dança com a fumaça e espera por Carlos.

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mulheres gigantes

20 de jan. de 2010

Click


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Click!

Cidade Fantasma


Toni, Toni, Toni...
Óh, meu Deus!
Óh, meu Deus!
Toni...
Suor. Suor.
Toni debate-se na cama encharcada de suor. Virá-se, encolhe.
Moulin Rouge destruida, ele pensa, sonha. Está sonhando?
Putas.
A cidade destruída, em escombros. Toni, Toni. Alguns centímetros de pernas femininas, logo acima dos joelhos. Louise Joséphine Weber dançando para ele. "La Goulue" , A Gulosa. Veludo. Vermelho encarnado.
Toni, Toni... O corpo em suor, desmanchando-se. Mulheres vasculhando a cidade, entre os escombros. Toni..., elas gritam, chamam. Querendo destruí-lo, aprisioná-lo. Só restaram elas, mais fortes que as baratas. Nenhum homem. Querem destruí-lo. Sede. Amarrar-lhe as mãos, pendurá-lo e açoitá-lo. Toni, Toni. Elas reviram a cidade destruídas, pernas a mostra, como as dançarinas ousadas em seus movimentos de cancã. A cidade destruída. Mais fortes que as baratas. Ele acorda gritando, o corpo encharcado, o coração sobresaltado como que esmagado por cavalos.


19 de jan. de 2010

Cidade Fantasma


Roda Gigante.
Sabrina diverte-se vendo ela girar.

18 de jan. de 2010

Porto Alegre em febre alta


.Tempo. seco. Pouca umidade no ar.
Calor sufocante. Parece que todos derreteram. Isso lembra uma cidade fantasma.
- Sinara, vai levar os iogurtes?

Porto Alegre em febre alta


Joana deixava o calor entrar. Nas noites quentes da cidade ela espera por Carlos. Deita-se e espera, deixa tudo como ele gostava de ver. Como uma gueixa moderna. Fuma cigarros e deixa a marcas de batom espalhadas em copos e baganas. Gostava de servi-lo, beber e mostrar-se em poses que Carlos provocantes.

APARTAMENTO E UM MAÇO DE CIGARROS

Trecho do ebook LA REVANCHA DEL TANGO


Foi-me dito por um escritor que conheci: “É só uma dança, mas, afinal de contas, é a única dança.”
  William Boyd
 
  Primeiro dia. Sem música, apenas um quase silêncio. Melancolia. A Cidade Fantasma é uma merda. Assim continuará. O maior símbolo da cidade Fantasma é um avião numa praça morta. Assim como todas as coisas aqui, ele não voa.
  O apartamento é minúsculo e sobre o sofá  está um maço de cigarros e o livro Crazy Cook, de Henry Miller. O galo louco, o pau louco, o cacete louco de Miller. Um tempestuoso triângulo amoroso que leva o escritor ao desespero. Concluí que não gostaria de estar na pele de Henry Miller. Passo a vida evitando mulheres loucas, mas nem sempre consigo.
  Lembro de um tango, de Astor Piazzolla, de mulheres usando leves vestidos que deixam escapar longas e lindas pernas quando dançam. Lembro das mulheres que não conheci.
  Abro a geladeira para pegar uma bebida. Encontro apenas uma garrafa de coca light. Como Joana consegue beber isto? Tento beber um gole, desisto, pego o maço de cigarro sobre o sofá e espio a cidade lá fora enquanto a suave brisa da noite lambe meu rosto. Fumo um cigarro e penso nas coisas e tenho vontade de usar um chapéu panamá.

15 de jan. de 2010

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Ontem mais um fechamento de edição. Cansado. Claro. Diagramar. Ajustar, colocar, tirar, depois colocar novamente.
- Ei, vamos ter que mudar essa matéria de lugar.
- Ei, talvez essa página caia.
- Ei, entrou um novo anúncio, terá que mudar a página.
Toda semana. Alívio e a edição está pronta. Agora é que esperar o dia seguinte para ver o jornal e torcer que você não tenha feito nenhuma cagada. Saio do jornal às 9 horas da noite. Dia quente e abafado. Cansado e aliviado. Pego o cigarro e acendo. Tragada, alívio. Noite bonita e agradável. Penso em passar num bar e beber uma cerveja. Sozinho. Resolvo ir para casa. Ônibus. Fecho em casa e como algo. Depois um banho e vou para o quarto. Fico apenas de cuecas, penso em escrever algum conto ou continuar minha micro novela. Cansado. Literatura? Minha Não Literatura. Cansado demais para ela hoje. Então deito na cama, acendo outro cigarro, pego um livro para ler algumas páginas e ligo a tv. Tento relaxar um pouco. Os insetos sobrevoam o quarto. Amanhã é ver se saiu algo de errado na edição do jornal.

13 de jan. de 2010

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Algumas vezes alguns caras, leitores passageiros dão as caras por aqui. Como os antigos andarilhos que surgião em uma cidadezinha do interior do Rio Grande do Sul ou de outro lugar do país. Muitas vezes entram o blog ao acaso, como a cidadezinha, mais uma entre milhares. Wilame Prado apareceu por aqui, a  "Cidade Fantasma" e resolveu deixar um comentário, um pequeno texto usando alguns títulos de meus contos e personagens. Resolvi publicar o comentário como uma força de agradecimento pelas palavras, pelo texto.

Wilame Prado disse...


Depois de ler o blog todo “Velho Caubóis não Choram” e finalizar mais uma leitura aprazível de Wiskow, em “Rua Alvorada”, olho para cima, sinto um calor imaginário desgraçado, vejo o ar condicionado do escritório, tomo meu café preto na caneca amarela dos Simpsons e sinto saudade daquele tempo, em que ainda não vivi, como caubói novo, sem muito balcão, sem muitas moças do calendário, sem muitas camionetes ou furgões que levantam a poeira da estrada, nada de assaltos a bar, nada de danças com Lilli, nada de nada, sem moreninha deslizante no bar sujo dos homens, sem pais gigantes, sem cobras e lagartos preso numa camionete no deserto sem gasolina, sem Juliana nem Dostoiveski, sem lembrança alguma do velho México, sem Príncipe Tsaphkiel e sem Jussara me esperando, sem nada de nada mesmo. O jeito é assistir, sei lá, “Onde os fracos não têm vez” e esperar mais algum texto teu.

Alice no País das Maravilhas


Alguns posters bacanas de filmes. Alice no País das Maravilhas (Diretor, Tim Burton)
. Meus personagens favoritos - desde que assisti o desenho animado séculos atrás, e bem mais tarde li o livro -, são o Chapeleiro Maluco e o Gato. Outro poster bacana é o do filme Distrito 9 (Diretor, Neill Blomkamp).


12 de jan. de 2010

Story

Story. Story.
Ah, eu queria viver uma love story - disse ela.
Tipo Lagoa Azul, sabe.
Sei.
Um paraíso perdido. Só eu e você - ela continuou.
Algo bem love story, sabe.
Sei.
Você gostaria?
Claro.
Comigo?
Com você.
Só nós dois.
Sim.
Você pescaria pra mim, nadaríamos nus, dormiríamos sob as estrelas.
Que beleza. Mas sabe, eu gostaria que tivesse junto algumas caixas cheias de cigarros. Eu sentiria falta deles, da vontade de fumar. Sem eles não estaria completa nossa love story.
Você deve ser o cara menos romântico da face da terra - disse ela. Cruzes, nunca vi.
Nem eu.

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Fim de festa, Senhor Wiskow.

11 de jan. de 2010

fight

Mister Hollywood não corre na velocidade da luz
Não tem mais fôlego
Cansa fácil e desiste. Desiste e quando pensa que vai desistir, volta a tentar. Oh, ela grira, Mister Hollywood!!
OOhhh!!!!
Você, você!! Isso...
Mister Hollywood não sabe cantar mulheres. Não sabe cantar.
Mister Hollywood  gostaria de lutar o Ultimate Fighter e ter um amigo que morasse na Baker Street. Fumar cachimbo com Holmes e Watson. 
Ela diz, Mister Hollywood!! Mister Hollywood!!
Isso, isso…
Mister Hollywood, não ultrapassa mais a barreira do som. Não veste mais o uniforme do Arqueiro Verde. Gsotaria de lutar no Ultimate Fighter.
Ela grita, OOhh, oohhh...

OS SUBSTITUTOS (Bukowski)

...agora nossos escritores

discursam em universidades

de terno e gravata,

os aluninhos atentos e sóbrios,

as aluninhas de olhos vidrados

olhando

admiradas,

a grama tão verde, os livros tão chatos,

a vida tão morrendo de

sede.

Partículas do Cotidiano Demente - Parte I (Emerson Wiskow)


Você ainda me ama? - perguntou ela.
Martin continuou com os olhos fechados, fingindo estar dormindo.

7 de jan. de 2010

Nouvelle Vogue


...


Finalmente voltei a arriscar nas HQs. Fazia algum tempo que batia a vontade de desenhar, mas vários fatores impediam. Buenas, geralmente quando escrevo não consigo desenhar. Não sei o que acontece, meu cérebro parece que se direciona para apenas uma coisa. Desde envolvimento, linguagem. Acabo não conseguindo, a história e linguagem ficam na minha cabeça, parece que tenho que explusar um como um espírito que tomou conta de mim, e só assim fazer outra coisa. Desta vez vou tentar fazer as duas coisas. Estou escrevendo uma história "inspirada"  pelo grupo Nouvelle Vague. O argumento da minha pequena HQ é sobre um super-herói que sofre de insônia e depressão que em suas noites solitárias liga para uma garota de programa para lhe fazer companhia. Estou fazendo tudo muito, muito lentamente. Entre as brechas de tempo que consigo.

5 de jan. de 2010

9 Songs



Um amigo me emprestou o filme (de 2004), do diretor Michael Winterbottom. Mistura de sexo e música, claro. Oito bandas, 9 Canções. De qualquer modo gostei. Bom para ver acompanhado. Belo cartaz.

4 de jan. de 2010

Brigitte Bardot

Brigitte Bardot. Era isso. Brigitte Bardot. Quando jovem. Sim, quando jovem. Eu sabia. Aposto que ali ninguém sabia, ninguém havia pensado nisso. Todos os homens olharam, todos os caras viraram o pescoço. Era linda. Linda como uma francesa. Uma francesa com biquinho. Sim, ela fazia biquinho quando falava. Eu vi. Vi. Ela pediu um xis salada. Um xis salada completo; com carne, alface, ervilhas, milho, maionese e ovo. O cara da lanchonete chegou para fazer o pedido.
- Um Xis Salada - ela disse. Com biquinho, ela fez biquinho, parecia uma francesa, parecia Brigitte Bardot. Linda. Linda.
- Completo?
- Sim, completo. Com ovo.
Com ovo, ela disse. Com ovo, disse ela com biquinho. Fez um lindo biquinho ao dizer a palavra. Uma palavra nunca se tornara tão bonita para mim. Os caras disfarçavam e olhavam. Eu também. Parecia uma visão, parecia não existir. Aposto que eles não sabiam. Ninguém sabia, apenas eu. Eu sabia, ela parecia a Brigitte Bardot. A cara, o focinho. O corpo. Ah, o corpo. Brilhava, parecia brilhar. Brilhar não. Iluminar, ela iluminava, era iluminada. Parecia uma visão. Parecia não existir. Beleza. Aquilo era beleza. Aquilo era A beleza. Atraía. Atraía os corpos ao seu redor. Atraía meu corpo. E fazia biquinho. Pediu uma Coca, com biquinho. Não tinha. Uma Pepsi. Vai de Pepsi. Fez bolinha. Era o gás. Eu sabia. As bolinhas subiram, ela bebeu. Os lábios, os lábio molhados, as bolinhas.
Dei uma dentada. Brigitte Bardot. Dentadas. Mordi meu xis. Xis Galinha. Ela gosta de bichinhos. O meu era sem maionese. Mordidas. Dei outra. Queria ela. Queria poder mordê-la.
- Salta um Xis Salada completo. Berrou o cara.
Com ovo, pensei. Com ovo. Ela agradeceu. Mordeu. Queria mordê-la. Olhos grandes, azuis, brilhavam. O cabelo também. Dourados, ondulados. Seu corpo, ondulado. Montanha. Queria subir em sua montanha, meter a cara ali. Sim, entre elas. Entre ela. Queria uma assim.
- Mais um refrigente - pedi. Já sei. Sim, pode ser. O meu também fez bolinhas. Ela engoliu. Outro pedaço. Mastigou, engoliu, comeu. Eu queria comê-la. Engoli-la. Ver ela engolir. Com biquinho. Era linda, deveria ser lindo de sê ver. Sem maionese, o meu. Ela gostava com. Deixou um poquinho no canto da boca. Eu vi. Ficou ali enquanto ela engolia. Maionese. Ela limpou depois. Brigitte Bardot. Comi meu xis. Acendi um cigarro. Fiquei matando tempo, para vê-la. Para vê-la comer. Para vê-la existir. Os caras disfarçavam. Eu também. Depois arrisquei mais. Fiquei encarando por um tempo. Um breve tempo. Ela me olhou. Eu vi. Ela viu. Os caras viram. Eu tremi. Sou um merda. Eu tremi. Brigitte Bardot. Desviei o olhar. Garrafa, mesa, parede, tragada. Sou um merda. Eu queria vê-la nua. Não ali. Podia ser. Imaginei ela nua. Ali, fora dali. Na minha cama, numa cama. Parecia não existir. Ela mordeu novamente. Mastigou, engoliu, bebeu um gole de refrigerente. Xis salada. Ela gosta de Xis Salada. Linda daquele jeito. Brigitte Bardot. Terminou o xis, o refrigerente. Depois pagou. Foi embora.
Foi embora.
Foi embora.
Foi embora.
Foi embora.
Brigitte Bardot. Eu sabia. Ninguém ali sabia.
Queria vê-la nua.
Xis Salada, com ovos.
Eu lhe mostraria.
Queria comê-la.
Brigitte Bardot. Eu sabia. Ninguém ali sabia. Aposto.