31 de mai. de 2010

Cidade Fantasma


Manhã.
miss Goldfinger
Um pouco depois da madrugada gélida. Assim mesmo, nua. É louca e tenho medo dela. Não confio. Tem sonhos estranhos, gosta de armas. Sei que tem uma. Como sei? Essa manhã descobri, ao vê-la ali, em pé, em minha frente. E, claro, apontava a arma pra mim. Enquanto isto cantarolava Goldfinger, tema do filme 007. Então riu, brincou que disparava e continuava com aquilo ali. Depois disse que gostaria de assaltar um banco, depois que gostaria de atirar num homem. Depois me ameaçou, dizendo que não a enganasse nunca. Pedi para que ela largasse aquela merda. Ela sorriu. Então gritei, com medo. Ela olhou séria e voltou a sorrir. Depois pediu desculpa, depois disse que não a enganasse. Disse que amava os filmes de James Bond. Que amanva 007 contra Goldfinger. Eu sorri, peguei o cigarro, tentei parecer com ele, o cara. O tal Bond. E passei achamá-la de miss Goldfinger.

28 de mai. de 2010

Cidade Fantasma

MULHER GIGANTE ENTRA NA SALA


Maiko observa por alguns minutos Tóquio lá embaixo. Olha em direção ao horizonte e espera novamente que algum monstro gigante surja por entre os aranha-céu. Ele não vem. Ela suspira e entra na sala-de bate-papo. Uma sala do Brasil. Algum brasileiro estará on line e disposto a conversar com uma garota que deseja que um montro surja e destrua Tóquio? Ela pensa e sorri com seu pensamento.

Mulher Gigante entra na sala.

É uma noite ruim e Maiko está sem paciência.

Mulher Gigante sai da sala. A Mulher Gigante se desfaz.

Maiko vai dormir e sonha com monstros.

25 de mai. de 2010

Herói

Diseños nuevos y viejos también.

Sobre escrever, baforadas e coisas...

Recebi o link para ler esse texto da escritora Márcia Denser. Na verdade recebi um trecho do texto, li e depois fui lá no Portal Cronópios ler o restante. Vai lá que vale.

"Assim como ele, me sinto tão longe e absurdamente tão próxima do mundo, dos outros, da vida, do ano de 2010, dum bar na Vila Madalena onde alguém senta ao meu lado e pergunta se estou escrevendo um novo livro e nesse caso porque à mão? Coisa mais antiga, compra um laptop, fone de ouvido, aí sim você fica muito mais out and nowhere (sic), mas não devia fumar, aliás aqui é proibido, saca, é proibido em todo lugar, se liga, apaga isso, não dá mole pro segurança, pede um suco de acerola, tigela de açaí, taí o convite do lançamento do meu novo livro, vai ser na Fenac, das 19h às 21h, vão ter umas leituras, conto contigo, convida aí teu amigo, coquetel, claro, chás e sucos bem natureba, e vê se não atrasa porque fecha.

Ficamos olhando ele ir embora com aquelas roupinhas, aquele topete eriçado bico de pato de quem acabou de abrir uma franquia do FransCafé no Iraque, eu e meu amigo cartunista, ficamos só olhando, assim, sem palavras.
Nós, os últimos dragões".
Por Márcia Denser

24 de mai. de 2010

Cidade Fantasma

Noite. Verão.

Vermelho. Tinha sempre um sofá vermelho. O sofá vermelho. Seu sofá vermelho. Retorcia-se, alongava-se. Esperava, esticada, encolhida. O sofá fazia-se cama, casa, refúgio, horas. Desgraçado. Pensava. Não há mais horas. Há ele entre as ruas, entre elas, entre as portas de bares que convidam. Mais um pouco. Agonia. Quente entre as pernas, coxas. Tudo arde aqui dentro. O vermelho do sofá, as coisas aqui dentro.

23 de mai. de 2010

Mudança

Cabrones, estou selecionando alguns contos e colocando neste endereço: http://umpoucomaisaosul.blogspot.com/
Nele também pretendo colocar (quando escrever) alguns novos micro-contos.
Gracias

Boxer

.

22 de mai. de 2010

Do Allan

"...sabia que tinha alguma coisa fora do lugar em mim. Eu era uma soma de todos os erros: bebia, era preguiçoso, não tinha um deus, idéias, ideais, nem me preocupava com política. Eu estava ancorado no nada, uma espécie de não-ser. E aceitava isso. Eu estava longe de ser uma pessoa interessante. Não queria ser uma pessoa interessante, dava muito trabalho. Eu queria mesmo um espaço sossegado e obscuro pra viver a minha solidão. Por outro lado, de porre, eu abria o berreiro, pirava, queria tudo e não conseguia nada. Um tipo de comportamento não se casava com o outro. Pouco me importava."




"Esses tempos estava passando uma temporada nas trevas e uma querida amiga me mandou esse trecho do Bukowski.
Preciso reler com urgência tudo dele. Seus livros sempre foram um oráculo.
O engraçado é que eu vejo uma geração toda de escritores merdas que devem para o Tio Buk até as calcinhas que a mamãe lava e se acham muuuuito cools para citá-lo entre as referências. Esse pessoal tem mais é que trocar figurinhas do álbum da Copa e ser atropelados por um caminhão de lixo. Deus me ouça." Allan.


Essa eu peguei do blog do Allan Sieber, cartunista que acho bom, muito bom. No estilo que ele usa, a ironia, talvez seja o melhor no Brasil, mas claro, nunca se sabe. Sempre pode existir gente por aí totalmente desconhecida. Com talento igual ou maior. Publico o post aqui simplesmente pela citação do velho Buk, pra mim, o mestre. O cara que mais de deu prazer em ler. e provavelmente o escritor que fez com que eu decidisse começar a escrever. Foi assim, de um dia para o outro. Acordei e pensei, vou escrever histórias. Talvez esse seja um dos motivos que eu nunca me vi como escritor. Não acredito que a pessoa simplesmente acorde e decida. Serei escritor. Tá certo que eu já desenhava, fazia alguma Hq, o que não deixa de ter uma ligação.
Ah, eu tenho o álbum da Copa, mas me falta grana para compras as figurinhas.

20 de mai. de 2010

Cidade Fantasma

Marja.
Estranha. Gosta de olhar-se no espelho.

19 de mai. de 2010

Minimundo

Era a noite mais quente dos últimos quinze anos. Manuela tinha a sensação de estar dentro de um forno de microondas. Sentia-se desconfortável e angustiada com todo aquele calor. Faltava-lhe o ar e suas axilas grudavam, as virilhas estavam irritadas e avermelhadas. Tinha trinta e sete anos e uma vida de solidão. Às vezes conseguia um homem e dividia com ele a cama por um, dois dias. O último bateu um recorde, ou ela bateu. Ficaram juntos por três meses. Manuela não sabia qual era o seu problema. Manuela sempre pensou que havia um problema, lembranças de sua tia Rita que não hesitava em chamá-la de solteirona frustrada. E claro, Manuela era frustrada. Sem homem. Uma mulher sem homem só pode ser uma mulher frustrada. Todos pensavam assim, mesmo as que nada diziam. Ela mesma concordava em silêncio. Suas amigas tinham sempre algum homem e por mais cafajeste que fossem, elas tinham um.
 Minimundo. De repente Manuela sentiu-se presa, como se tivesse ficando louca e desesperada. Era o Minimundo. O SEU Minimundo. E ainda havia o calor infernal que inundava a cidade e o seu apartamento. Manuela descobriu-se mais solitária do que nunca, talvez por causa da onda de calor que assolava Porto Alegre. “Uma besteira o nome da cidade”, pensava Manuela. Nunca fora alegre ali, e quando passava pelo cais do porto sentia vontade de embarcar num daqueles navios e sumir daquele lugar, daquela cidade. A primeira vez que sentiu essa vontade foi a alguns anos atrás, quando observou através da janela do metrô um velho cargueiro ancorado no cais. Manuela não embarcou no cargueiro, voltou para casa e preparou um pacote de Miojo para mais uma noite jantar sozinha.
Foi o imenso calor que fazia naquela noite que lhe mostrou o seu Minimundo. Manuela sufocava e impaciente zanzava dentro do apartamento como uma barata que fora esmagada e sobrevivera. Acendia um cigarro após o outro e suspirava alto. O suor escoria das axilas e a ensopava. Sem saber o motivo, Manuela sentiu uma grande vontade de colocar o seu velho vestido cor-de-rosa que a muitos anos estava esquecido no roupeiro. Uma vontade absurda que tomava conta de Manuela como se fosse um espírito invasor que apoderava-se do seu corpo sem que ela pudesse resistir. O seu corpo pedia, sua carne pedia e desejava ardentemente o vestido. Manuela suando, quase desesperada, flutuando naquela massa quente de ar que assolava a cidade, deu uma última tragada no cigarro e esmagou-o no cinzeiro que transbordava de baganas. As pontas dos seus dedos ficaram sujas com cinza. Manuela não percebeu e ansiosa, já desesperada, saiu correndo em direção ao quarto com os braços levantados e a blusa presa ao pescoço enquanto tentava livrar-se dela estabanadamente. Parecia que sua blusa estava em chamas, queimava-lhe o corpo. Manuela entrou no quarto e livrando-se da blusa verde jogou-a no chão. Num movimento rápido, brusco e nervoso, Manuela levou as mãos a calça e para tirá-la do corpo. Na tentativa de ver-se livre da calça Manuela desequilibrou-se e tombou ao chão. Foi como se ela tivesse levado um choque, como se tivessem enfiado-lhe fios elétricos nas partes íntimas. Mas Manuela não perdeu os sentidos, ao contrário, o tombo lhe trouxe lucidez e calma.
A onda de calor que se abatera sufocava a cidade, Manuela sentada sobre o piso morno do quarto observava calada a calça arriada até o meio de suas coxas. Estava exausta, procurava um pouco de ar para respirar no mormaço do seu quarto. Manuela tombou a cabeça entre seus joelhos suados num ato de desistência, como se entregasse seu espírito depois de uma longa e árdua batalha com um inimigo superior. Estava cansada. Descobrira o seu Minimundo naquela noite desumana, em meio a onda de calor que lhe cobria as virilhas com assaduras e fazia o suor escorrer de suas axilas. Manuela despiu-se. Lentamente retirou a calça como se tira-se uma armadura incômoda. Trinta e sete anos. Estava cansada. O corpo brilhava com o suor que lhe molhavam as coxas, queimava por dentro e queimando andou em direção ao roupeiro. Nua e calma como um guerreiro samurai abriu as portas do móvel. Dançou os olhos no interior do roupeiro até encontrar o seu antigo vestido cor-de-rosa. Retirou-o calmamente e então vesti-o. Sentiu o tecido grudar-lhe na carne de sua bunda suada como um gesto obsceno. Deliciosamente obsceno e prosmíscuo. Trinta e sete anos escondendo-se da carne. Percebeu as primeiras rugas, depois vieram outras. O ventre encheu-se de chamas. Um demônio alojara-se ali com o calor. O vestido cor-de-rosa roçava suas grossas canelas. Manuela deitou-se na cama, abriu as pernas e enfiou a mão dentro do vestido por entre as coxas. Deixou o calor guiar sua mão e então sentiu o quentume úmido de sua xota entre seus dedos. Ficou ainda mais excitada e logo encharcou-se, massageou sua xota num desespero frenético e surpreendeu-se a si mesma quando começou a soltar urros e gemidos prazerosos. O lençol grudáva-lhe no corpo, retorcendo-se como se como se esticassem os nervos. Alguns minutos depois Manuela apagou. Caiu num sono profundo envolta na onda de calor.

17 de mai. de 2010

Sharon Stone no chinelo

Depois de muito tempo ela reapareceu. Deu uma cruzada de pernas capaz de deixar Sharon Stone no chinelo. Eu estava fumando e meus pulmões tentavam sobreviver. Naquele momento não importava.
- Saudades? - ela perguntou enquanto eu mirava suas pernas e outras coisas.
- Como eu poderia não sentir?
- Hahaha. Você continua o mesmo!
- Ainda atrás de maridos cornos, mulheres traídas? Esses casos idiotas que você tenta desvendar?
- Continuo tentando parar.
- Um homem de cinqüenta anos deveria saber o que quer, Carlos. - disse ela, irônica, ácida, enquanto sacava um bom cigarro francês.
- Ainda fumando cigarros importados!
Ela sorriu e deu uma saborosa baforada. Aspirei a fumaça, era doce como ela.
- Você deveria escrever um livro, escrever e publicar.
- Escrever é para idiotas.
- Acho que você serve pra isso.
- Peguei meu mata-ratos e acendi. Traguei e expeli a fumaça com categoria.
- Parece. Você sabe tudo - respondi.
- Mulheres? - perguntou ela.
- Tenho uma garota. - eu disse.
- Hahahaha... Não há garota alguma. Eu saberia – ela replicou. Acho que faz séculos que uma mulher não baixa a calcinha para você. Ela estava certa.
Eu não me importava, não com ela ali na minha frente, com todo aquele corpo. As ancas gigantescas, coxas, os olhos brilhando.
- Os anos parecem não ter efeitos sobre você. Está linda, e se me permite, muito gostosa.
Ela sorriu satisfeita.
- Hahaha, você continua querendo me levar para a cama, Carlos.
- E quem não quer?
 Ela sorriu, descruzou as pernas e eu fiquei meio tonto.
- Tenho que ir.
- Sei.
- Eu eu apareço.
Acendi outro cigarro. Fiquei observando ela partir. O jogo de quadril, a bunda, parecia estar caminhando sobre o mar. Suave, imponente. Então ela bateu a porta atrás de si e sumiu.

16 de mai. de 2010

Herói

15 de mai. de 2010

Cidade Fantasma

Vestia-se de fantasma.
Catarina. Misturava-se entre as brumas do amanhecer presa ao quarto.
Apartamento 106

STRANGE TALES - Grampá

Rafael Grampá foi chamado pela Marvel para desenhar e escrever uma história do herói casca-dura, Wolverine. Na verdade ele pode escolher o herói que desejasse entre todo gigantesco universo Marvel. É pouco, cabrón?! Sou fã do Grampá, ou do traço dele, apesar desse oba-ba em torno do cara depois que ele estourou. Buenas, sucesso tem disso. Foda. Voltando... Ele vai desenhar para um edição da Strange Tales, uma jogada bacana onde desenhistas, autores mais alternativos dão novas roupagens aos heróis. Versões mais pessoais. Vou juntar os níqueis para comprar a revista quando sair, não só por causa Wolverine do Grampá (que deve ficar massa), mas por toda turma que vai estar nessa STRANGE TALES.
Acima,  Wolverine do Grampá, logo após heróis Marvel desenhados por outros artistas.

Mulheres Gigantes

Cidade Fantasma.
14:30 - Tarde.

13 de mai. de 2010

Adeus, Bogotá!

Pablo, Juan, Estevan? Não sei. Ainda penso em perguntar-lhe o nome. Parece um desses caras, um narcotráficante latino. Entra e sai. Vi algumas mulheres. Muitas. Porta entre aberta. Nuas, todas elas no meio da sala. Sobre o tapete com figuras de onças, tigres, e se não me engano, um leão. Passavam das duas da madrugada, eu chegava em meu apartamento e atravessava o corredor fantasmagórico do prédio. Somos vizinhos. Olhe só. Eu fodido, vizinho dele. Descobri o nome de uma das mulheres. Celina. descobri que ele tinha um harém, todas aquelas mulheres, nuas na sua sala. Não sei como ele as mantinhas. Vi a cena. Elas lá. Quero ser amigo deste cara.Segui para meu apartamento, entrei, fechei a porta atrás de mim. Elas continuavam lá, Celina e todas as outras rodeando aquele cara Kitsch.

11 de mai. de 2010

Ovos de Touro

Download para meu ebook de contos, Ovos de Touro. A capa é horrível. Eu nem sabia que ele estava disponível no 4shared. Então resolvi colocar o link aí, caso alguém queria baixar para ler.

10 de mai. de 2010

Jesse James

Era uma espécie de Jesse James. O cara explicou todos detalhes da arma, peça por peça. Disse que no centro da cidade havia um banco e que seria moleza. Ali o movimento ajudaria. Os camelôs e a gritaria abafariam a confusão e ajudaria na fuga. Tinha também uma mulher vestida com uma roupa colante, de cor amarela. Disse que ela amava Porto Alegre e que gostaria de conhecer um cara daqui. Bom, quer encarar? - perguntou ele. O tal Jesse James.


Antes que eu respondesse entrou ela na lancheria. Sorria. Aproximou-se e sentou.

- É essa a mulher que falei.

- Oi - disse ela com aquele tipo de sorriso que fode você.

- Oi.

Ela usava a roupa colante e amarela. Marcava o corpo esguiu.

- Ele vai? - ela perguntou.

- E aí, você vai? - perguntou Jesse abocanhando um xis salada.

- Claro - respondi.

9 de mai. de 2010

Homem de Ferro 2

Pois bem, quero assistir Homem de Ferro 2. Isto pode depor contra mim. Foda-se. Um bom filme para diversão, assistir tranquilamente e esquecer os problemas. Explosões, raios, um homem com uma armadura que risca o céu voando. Quer mais? Mulher, entre elas Scarlett Johansson. Bah, Scarlett...
O doente Mickey Rourke também está no filme, e claro, é um vilão. Nada melhor. Gosto do seu trabalho, o verdadeiro Outside. Robert Downey Jr., convenceu no papel, acho que acertaram em escolher o cara para dar vida ao herói dos quadrinhos.  Homem de Ferro sempre foi um dos meus super-herói favoritos. Ao ver algumas cenas do herói voando sobre a cidade, lembrei-me dos velhos heróis japoneses que eu assitia na adolescência. Os bons e velhos Ultraman, Spectreman, Vingadores do Espaço, Robô Gigante e Ultraseven. Porra, que saudade destas séries.

6 de mai. de 2010

Querida

Ah, fazia tempo que eu não escrevia assim...
Assim como, benzinho...?
Assim...
Eu gosto de você!
Sei disso, querida.
Olhe, eu poderia escrever uma pulp fiction.
EU não sei, amor. Não sei. Você acha que poderia?
Talvez, nenem.
Vamos beber um vinho. Sobrou meia garrafa.
Tudo bem queria. Esta noite, você manda.
Fazia tempo que eu queria voltar a escrever assim, querida.

5 de mai. de 2010

Assassinos S.A



Buenas, cheguei em casa depois do trabalho. Podre, cansado, e para minha supresa tinha um pacote me esperando. Era meu exemplar do livro Assassinos S.A, no qual participei com algumas singelas ilustrações. Ficou massa a ilustração de capa criada por Mario Cau. Vai para o arquivo do Sr. Wiskow.

Assassinos SA - Volume 2
Contos policiais ilustrados. Vários autores. Org. Jana Lauxen e Frodo Oliveira. R$28 (frete incluso). Ed. Multifoco, 2010. Compre o seu exemplar através do e-mail assassinos.anthology@editoramultifoco.com.br ou com um dos autores.

Contos policiais ilustrados. Vários autores. Org. Jana Lauxen e Frodo Oliveira. R$28 (frete incluso). Ed. Multifoco, 2010. Compre o seu exemplar através do e-mail assassinos.anthology@editoramultifoco.com.br ou com um dos autores.

4 de mai. de 2010

Feliz aniversário... Senhor...

Dia 9 de maio, domingo, faço 39 anos. Trinta e nove, e nada. E você percebe que é um verdadeiro fracasso. As coisas não estão boas, mas acredito em dias melhores. Bem melhores. Taí então, uma imagem bonita, Velhão.

Arthur Rimbaud

Diálogo entre Rimbaud e Verlaine no filme Eclipse de uma Paixão

"Rimbaud: Não escrevo mais


Verlaine: Por quê?

Rimbaud: Porque nada mais tenho a dizer, se é que já tive algo a dizer.

Verlaine: Bobagem!

Rimbaud: Pensava que minha escrita seria importante, mudaria o mundo. Pensei que nada seria o mesmo, mas não adiantou. O mundo é velho demais. Não há nada de novo, tudo já foi dito!

Verlaine: Não do seu jeito!"

Sim

Confeso. Não tenho vergonha na cara. Essa carinha maltratada, calejada. Não escrevo mais porra alguma. E não escrevendo fico republicando textos antigos. Bem, muitos não leram.
Faz tempo, estou num limbo. Não sinto vontade de escrever, necessidade, e as idéias se foram. A "literatura" parece nada. Uma brincadeira de criança na qual só quero brincar quando estou bem.

Claudia Cardinale

Um pouco de Claudia Cardinale. Isso era tudo. Gabriel quebrou tudo em sua volta e saiu correndo. Deixou Luana na noite suarenta que se transformou-se em tempestade. Luana ainda tentou-lhe lhe acertar com uma garrafa de vinho barato. A única que eles tinham em estoque entre baratas e sonhos mal resolvidos.
- Foda-se tudo. Foda-se você! - gritou Luana. Foda-se seus sonhos com essa tal Claudia Cardinale.
Gabriel quase chrou e segurou-se num ódio imenso. Pegou suas coisas com presa, jogou o que pode dentro de sua mala, junto o velho albúm com fotos de Claudia Cardinale. Com o corpo como se fosse explodir saiu porta afora como um urso furioso. Bateu a porta com toda a força que pode, e enquanto partia ainda ouviu.
- Você é um louco, um desgraçado, um lunático que sonha com uma mulher que não existe! Um homem que ama uma mulher fantasma!
Gabriel seguiu firme no meio da noite em busca de algum motel para dormir, e sonhar com Claudia Cardinale.

Corredor e baratas numa noite insone

Meia noite e exatos dois minutos. No Corredor pouco iluminado, apenas o escritor e uma barata que vaga parecendo não ter rumo. Ela encontra uma fenda entre a parede, um pequeno buraco ou passagem para o que pode ser sua moradia e entra. Desaparece. O escritor retira sua chave do bolso e assim que coloca-a na fechadura encontra um bilhete enfiado embaixo da porta. Ele pega o bilhete e lê. "Gostaria muito de ter o prazer de conhecê-lo. Adoraria que você aceitasse tomar um café comigo. Com carinho, Sueli. Apartamento número 12". Com o bilhete na mão o escritor entra em seu apartamento e some. Desaparece. Fica imaginando quem seria a mulher do apartamento número doze.
Apartamento número 12. Meia noite e trinta minutos.
Sueli revira na cama, fuma e esquece as baratas.

Cidade Fantasma

Apartamento número 12
Uma voz sussura na porta ao lado. Algumas tímidas batidas como se tivesse medo de quebrar algo. Trago o cigarro mais uma vez e mantenho-me em silêncio antes de abrir a porta. Ela não deveria estar aqui, vir aqui. Eu disse pra ela. Logo reconheci a voz que sussurava, mesmo antes eu sabia que era ela, que só poderia ser ela. Eu tinha-lhe dito que não era para ela vir ao Motel.

Márcia e Ângela

Na cozinha:
Márcia e Ângela preparam o jantar.
Márcia com a faca na mão pega um vistoso tomate.
- Gostaria de fazer isso com ele.
- O quê?- pergunta Ângela abrindo um pacote de espaguete.
- Cortá-lo assim. Ao meio, depois assim, em cubinhos, em pedacinhos e então jogá-lo numa panela e vê-lo fritar.
Ângela com expressão de espanto no rosto:
Ué, tu não amava ele?
Márcia dando um vigoroso corte no tomate:
Por isso mesmo.

3 de mai. de 2010

Mulheres Gigantes

2 de mai. de 2010

Capa

ebook Mostruário do Absurdo Fantástico

1 de mai. de 2010

Velma lê...