29 de set. de 2009

Mãos de Cavalo | Daniel Galera



Faz tempo deixei de falar de escritores. Falo apenas quando gosto, mas senhores, li o tal Mãos de cavalo, de Daniel Galera. Festejado, aclamado, lambido, publicado pela Companhia das Letras... Eu pergunto, tem algo no livro que eu não vi? Fiz um esforço para terminá-lo. Tá certo. Ao menos ele consegue escrever um romance, mas é para estar entre os badalados novos autores?


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Está bem. Não consigo escrever um romance. Estou escrevendo algo que não sei como denominar, fragmentos, histórias soltas sem começo, meio e fim. É mais ou menos assim, uma Polaroid de momentos, imagens escritas. Você vê um casal, ou uma mulher solitária ou um guri espiando duas belas garotas tomando sorvetes numa tarde de sol e o senhor Emerson escreve algo. Claro, nada existe. Esse negócio que não sei o que é chama-se Cidade Fantasma. Fragmentos da vidas de pessoas, personagens engolidas por essa cidade que também não existe, ou exista e seja apenas mais uma cidade como tantas outras. Depois junto tudo e formo algo que não é romance, não é contos. São retalhos, fragmentos de histórias como se fossem tiradas por uma Polaroid.

2 comentários:

Anônimo disse...

adorei a menção a polaroid... dá sensação de imediato, de algo "vomitado" (no bom sentido... se é que pode ter...), feito com urgência, às pressas, mas que tem um registro único!
acho que tenho ainda uma visão meio romântica da velha máquina e de alguns escritos!

Emerson Wiskow disse...

Concordo, Natalie. Penso o mesmo sobre a polaroid. Tento o mesmo com meus escritos.
abraço