22 de out. de 2009

Amor Bandido


Estou trabalhando como diagramador de um jornal semanal. Quase colado ao jornal, fica o Instituto Penal da cidade e apenas um muro colado ao pátio do jornal nos separa dos presos. Algumas vezes se consegue ouvir as vozes dos visinhos. Estamos instalados numa casa antiga cor de laranja, grande. Uma casa velha com um longo pátio. Bom, as instalações da Instituto Penal, onde os presos ficam fica a menos de um metros da parede da sede do jornal. Hoje pela manhã quando eu chegava para trabalhar notei uma fila de mulheres em frente ao Instituto, a cadeia. "Deve ser dia de visita", pensei. Havia algumas mulheres bonitas, jovens. Fiquei pensando naquilo, na cena, nas mulheres. As mulheres que mesmo com seus amantes, maridos, namorados, não abandonavam seus homens. Mesmo que provavelmente muitos deles merecessem. Mas lá estavam elas, com suas sacolas, esperanças, amor, visitando seus caras, seus homens. Confeso que não entendo as mulheres, mesmo que cenas como essa me causem uma admiração por sua fibra.
Fiquei por ali terminando meu cigarro e observando tudo. Depois entrei no jornal, e enquanto fui pegar um café ouvi a voz de uma mulher. Ela estava falando com a secretária, pedindo para deixar o celular com ela até terminar a visita porque não podia entar com o aparelho. Fui ver a mulher, percebi que era uma das mulheres que eu havia visto na fila em frente ao Instituto Penal. Uma jovem e bonita mulher.

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