19 de fev. de 2010

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Marluci surguiu. Toc, toc, eu sabia que era ela. Hoje senti maldade, não estava boa da cara. Sentou-se. Imaginei ela fumando um cigarro. Senti vontade, desejo que ela fumasse. Não fuma. Não fuma e me controla. Não quer que eu escreva também. Mulher enxerga longe. Todos dizem. Viu uns textos. Ainda com isso? Você deveria parar, não nasceu pra isso. Se ao menos ganhasse dinheiro, mas nem isso.
Ouvi. Não argumentei. Não sabia o que falar.
Peguei o maço de cigarros, catei um.
Vai fumar?
Sim.
Cara de desprezo. Irritação.
Acendi e traguei.
Ela andou balançando as cadeiras, foi até a cozinha e voltou com um copo de água. Bebeu. Senti vontade de vê-la fumar um cigarro. Eu não sabia até quando escreveria, mas sabia que mesmo em silêncio ela continuaria desejando que eu parasse.

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